quinta-feira, 19 de maio de 2011

Padre Marcelo Rossi esquenta a rotina de um dos shoppings da cidade ao promover o lançamento de novo livro em Cuiabá



Muita gente que não tem o hábito de sair de casa para ir ao shopping ou a uma livraria fez fila ontem para pegar um autógrafo do padre Marcelo Rossi, que veio a Cuiabá para dar continuidade à maratona de lançamento do livro “Ágape”. 

“Graças a Deus consegui. Que coisa mais linda!” - comentou Judith Moreira, 72 anos, que pegou o ônibus cedo no distrito Engenho Velho, município de Santo Antônio de Leverger, para conseguir um autógrafo para ela e a filha Sueli. A espera foi grande – dona Judith chegou ao shopping às 7h30m e conseguiu seu troféu pouco depois de meio-dia -, mas valeu a pena, segundo ela. 

“Ágape” (Editora Globo) é o primeiro livro de padre Marcelo Rossi e promete ser mais um megasucesso na vida do religioso, campeão até hoje imbatível na venda de CD. Lançado em agosto de 2011, o livro já vendeu cerca de 3,3 milhões de exemplares e está bem à frente de outro best-seller, “A Cabana” (2,6 milhões, segundo o próprio padre Marcelo). 

Numa breve pausa para o padre Marcelo se refrescar entre um autógrafo e outro, no auditório da livraria Janina do Pantanal Shopping (“Que cidade calorosa em todos os sentidos!”, comentou, sorridente), o sacerdote disse que o próximo passo será lançar “Ágape cantado” e também um audiolivro. 

Ressaltou que toda renda proveniente das vendas será usada na construção do santuário Mãe de Deus em São Paulo, com capacidade para 100 mil pessoas. O padre mostrou-se empolgadíssimo com a obra, cujo projeto é assinado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake. Padre Marcelo disse não saber o valor total da obra, mas projeto arquitetônico foi doado por Ohtake. Rossi garantiu que o resultado será fantástico, pois o santuário não terá colunas e é cheio de curvas. 

Indagado se o sucesso do livro “Ágape” indica que o talento de escritor estaria prevalecendo sobre o lado cantor, padre Marcelo apressou-se em dizer que “não tem essa coisa de artístico, tem unção”, numa referência à capacitação sobrenatural dada por Deus para que alguém possa desempenhar algo na Igreja ou fora dela.

Ele contou ainda que “Ágape” – uma das diversas palavras gregas para o amor – foi escrito numa época muito difícil de sua vida. Em abril do ano passado, padre Marcelo soube que tinha sido agraciado com o Prêmio Van Thuan pelo papa Bento XVI, como “Evangelizador moderno”, isso depois de ter sido barrado pelos organizadores na celebração do pontífice em São Paulo, em 2007. Dois dias depois de saber da premiação, ele quebrou a perna enquanto se exercitava na esteira. 

“Fiquei cadeirante durante dois meses. Na primeira semana chorei muito e vi que tinha que fazer alguma coisa nesse período de inatividade. Foi assim que nasceu “Ágape””, conta, emocionado. 

Graças a um acidente nasceu o primeiro livro e mais um sucesso na vida desse padre paulistano. Ah, ele conseguiu ir ao Vaticano em outubro do ano passado, contrariando os prognósticos dos médicos, e recebeu o prêmio das mãos de Bento XVI, que, por sua vez, ganhou um exemplar autografado de “Ágape”. 


Martha Baptista
Da Reportagem

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